15/08/2011

As origens do Episcopado e ministério Episcopal na Igreja primitiva

Antecedentes Pré-cristãos : a) judaico b) gentílico

O termo “bispo” vem do grego “epi” (super) e “skopos” (ver) e é, literalmente, supervisor ou superintendente ou ainda inspetor ( no latim medieval, “especulador”). Tentativas foram feitas para encontrar protótipos do “bispo” cristão nos antecedentes judaicos ou gentílico do cristianismo. Consideremos, primeiro, o antecedente judaico, no ofício do regente da sinagoga, que presidia o culto e selecionava os que tomavam parte em suas liturgias. Na versão LXX, versão grega do Antigo Testamento (Jó 20.29; Sabedoria de Salomão 1.6) como também freqüentemente em Filon, judeu helenizado de Alexandria, o termo episkopos é usado com referência a Deus, mas também em número de exemplos refere-se a “supervisor” comum, todavia, nunca a respeito das pessoas com funções litúrgicas.
Filon deu esse título uma só vez a Moisés. No primeiro livro de Macabeus o termo é aplicado aos supervisores colocados sobre os judeus por Antíoco Epifânio para implementar sua política religiosa.Mais recentemente as descobertas dos manuscritos de Qumrã perto do Mar Morto, aventaram novamente a origem judaica de tal ofício conhecido pelo termo hebraico, “mebbaqer”. O Documento de Damasco descreve tal supervisor ou inspetor de campo, que ensinou as obras de Deus aos membros da comunidade da aliança, cuidou deles como “ um pastor cuida do seu rebanho” e supervisou a admissão de novos membros, a disciplina dos transgressores e todas as transações financeiras. Semelhantemente, no Manual de Disciplina de Qumrã, a mesma espécie de ofício aparece comparável à do “mordomo” da comunidade dos essênios observado por Josefo.
Não se pode determinar com certeza se há ou não relação direta entre o supervisor dessas comunidades e o ofício do bispo na Igreja primitiva. Todavia, tudo parece indicar que o “mebaqqer” dos documentos do Mar Morto é muito mais “monárquico”do que o “episkopos” dos textos do Novo Testamento e, por essa razão, e não por outra, a conexão parece remota.Quaisquer relações possíveis com o antecedente gentílico são ainda mais remotas do que com o judaico. O termo “episkopos” é razoavelmente comum na literatura grega, nos papiros e inscrições, tanto em seu sentido geral - “supervisão” - como termo técnico para designar os oficiais civis e religiosos. Nas obras de Homero e outros depois dele o termo é aplicado aos deuses. Os filósofos estóicos fizeram o uso da expressão para descrever sua própria missão como mensageiros e arautos dos deuses.As inscrições sírias registram “episkopoi” como supervisores de edifícios, abastecimentos, cunhagem e associações cúlticas da Grécia. Nas Ilhas do Mar Egeu o termo é registrado com referência aos diretores e caixas. Deve-se dizer, em conclusão, nesta seção que a evidência pré-cristã tanto judaica quanto gentílica, embora esclarecedora, não é determinante para a compreensão da Igreja primitiva. Para ler o texto completo, clique aqui

Fonte: Rev. Cônego J. Robert Wright
Professor de História Eclesiástica
da Catedral de S.João Teólogo, Nova York.

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